Ao soprar dos ventos...
Acordado por suspiro repentino.. É o vício de pensar sempre em ter o que não
posso ter.
Meu terrível mau humor...
Cigarros nem pensar... Sexo não vejo, nem faço...
Angustiado pelas últimas
gotas desse vinho seco, já não desce como água corrente em minhas veias
transbordadas por sentimentos de perdas...
Adormecido por um quebrante
de água morna, relaxado com que tenho... Simples balde de água quente,
fresquinha do fogão a lenha...
Música caipira ao fundo e,
um sentimento de estar longe do que me dá tesão...
Rasgado e tenebroso, por uma
simples ligação... Logo essa hora da noite! É meu vizinho com seus desesperos,
em me pedir uma caneca de açúcar...
Volto a colocar minha
vestimenta de tristeza e alento, pela solidão amparada aos meus ombros
doloridos pelo não das noites anteriores... As lágrimas já não descem dos meus
olhos como nuvens passageiras... É a dor de não possuir o infinito...
Assim volto a pensar no que
tenho... Restos de um cigarro, um copo quase seco de vinho seco... Uma cerveja
que odeio, bebo-a forçado... Desce na garganta como sangue pisado... É o que
tenho só por hoje, as quatro da matina volto a dormir, pensando em ter o que
não posso ter...