Tifli Camarada Camarão

Pichação no Rio de Janeiro

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Roda Cultural

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Uma cor Esbaforida de Pólvora




Sou uma cor esbaforida pela dor dos tumbeiros que nos comiam sem nos dizer o porque...

É pele que se perde numa imensidão da tristeza... já não sei o que sou... Negro? Mulato? Mameluco? Cafuzo? Sou a mistura de dores extraídas da pele dos meus antepassados....

Sou uma cor esmagada pela construção que me consome, se transforma, transforma, cresce, engole os pequenos que já foram grandes... É a arte de escravizar, sois escravos dos mesmos senhores que atuam como no passado, vestidos de bons moços...

Ainda a tempo de não mais se perder diante dos canos frios que ao esbaforir suas pólvoras entram em estado de ebulição...

Hoje são negros amarrados sem cordas... Sem senzala... Presos nas repartições divisórias perdidas numa máquina de fazer destruição em massa...

Até aqui sou negro que saiu do ventre de uma negra... sofrida como peneira, que separa o joio do trigo... É negro que não se encontra dentro de um mundo perdido na ideia de genocídio... Hoje sou negro, sou consciência, necessária para sobreviver numa sociedade que ajudei a construir...
Sou uma cor esbaforida pela dor dos tumbeiros que nos comiam sem nos dizer o porque...

É pele que se perde numa imensidão da tristeza... já não sei o que sou... Negro? Mulato? Mameluco? Cafuzo? Sou a mistura de dores extraídas da pele dos meus antepassados....

Sou uma cor esmagada pela construção que me consome, se transforma, transforma, cresce, engole os pequenos que já foram grandes... É a arte de escravizar, sois escravos dos mesmos senhores que atuam como no passado, vestidos de bons moços...

Ainda a tempo de não mais se perder diante dos canos frios que ao esbaforir suas pólvoras entram em estado de ebulição...

Hoje são negros amarrados sem cordas... Sem senzala... Presos nas repartições divisórias perdidas numa máquina de fazer destruição em massa...

Até aqui sou negro que saiu do ventre de uma negra... sofrida como peneira, que separa o joio do trigo... É negro que não se encontra dentro de um mundo perdido na ideia de genocídio... Hoje sou negro, sou consciência, necessária para sobreviver numa sociedade que ajudei a construir...