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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Teatro Burguês.

Por: Wagner Maia da Costa.

Nos últimos anos tive a impressão de estar dentro de um teatro burguês!

Teatro esse, que as marionetes se vêem num imobilismo quase que integral.

Suas ações quase sempre, são frustradas em grandes aglomerados de forças contrárias.

Neste teatro, os atores não atuam em equidistância aos seus diretores e quando são representados, não se trata de forma coletiva, mas sim individualizada.

O individualismo se transforma em imobilismo, que assim segue numa inércia social, transformando os atores em peças removíveis, sendo em alguns anos substituídas por novos atores imóveis.

O grande teatro tem como prerrogativa uma abertura para o público exterior, mas suas leituras e explicações não são entendidas pelo dia-dia dos ditos leigos.

O não entendimento, não se trata de uma escrupulosa burrice dos que se encontram fora desse teatro, mas uma total presepada desse último! Que se ver numa autonomia de ditar suas próprias regras.

As regras são nebulosas, reacionárias e muitas das vezes separadas da realidade social, que se encontra fora desse mundo teatral.

Ao passo que começo a entender esse teatro burguês, percebo que sou peça integrante desse mundo escrupuloso.

Minhas ações de protestos, ajudam a manter esse mundo que se resume nele mesmo.

Este mesmo que se transforma nele mesmo, que se sustenta nele mesmo, que sobrevive nele mesmo, mas que não é mantido por ele mesmo.

O mundo exterior ajuda a proliferar todo esse teatro burguês, das ações burguesas e atitudes reacionárias.

Mas como nem sempre todos os atores são aptos a estarem nesse mundo burguês, estes tentam lutar contra esse mundo.

O imobilismo às vezes, é interrompido por ações de protestos de certos atores, que não contentes com o procedimento dos diretores e de alguns atores do teatro burguês, tentam aniquilá-los.

O aniquilamento é interrompido por uma grande força represária, os aparelhos de quem detém o poder, se transforma em poder, que lhes-dá um poder, que supera todos os poderes, dos que se posicionam contra esse poder.

A fábrica de poder, tem uma enorme proliferação das peças teatrais de poder, os atores imóveis, se movimentam em uma só direção. A da inércia.

A inércia, anda em mares correntes para uma grande alienação, que o submundo dos críticos, já não consegue sustentar tanta pressão das forças reacionárias.

O incalculado, a previsibilidade e a invisibilidade dos atores secundários, os colocam num enquadramento na peça teatral de meros coadjuvantes limitados.

A peça, não acaba quando os espetáculos terminam, ela se prolifera nas instâncias da sociedade, fazendo do dia-dia, um mundo teatral quase que desenfreável.

Em algumas situações, não se sabe quando é realidade, ou uma peça teatral. Pois, o teatro se reveste em realidade, que as vezes se transforma em teatro, que as tornam-se em teatros-reais.

Este teatro-real é tão real, que as vezes se torna mentira, uma mentira que se sustenta como verdade, que se transforma em uma verdade-mentira, presa numa mentira sem a intenção de se transformar em verdade, que na medida do possível já se transformou em verdade.

A verdade já não é mais uma verdade segura, pois esta se transformou em verdade-mentira.

A passagem da verdade para a mentira, é a passagem da construção para a degradação. Isso não quer dizer que não deva ter mentira, e que só tenhamos que viver na verdade.

Mas a mentira tem que se converter em mentira, para que não há confundimos como verdade, que por assim dizer tem que ser verdade! longe de ser uma mentira-verdade, que por assim dizer, é mentira.

Não há mentira das mentiras! Mas uma mentira da verdade que confunde todas as verdades.

Assim, o teatro vai absorvendo mais atores, dando sequência, nas suas ações burguesas e o mundo exterior a esse teatro, só consegue assistir o espetáculo dado pelo teatro burguês, através dos seus aparelhos quadrados, que já são quase que invisíveis.

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