Tifli Camarada Camarão

Pichação no Rio de Janeiro

Tifli camarada Camarão

Roda Cultural

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Minha linda Saquarema! Os ventos que me trazem num presente argiloso.


Se já não há vejo como antes, é porque perdi o encanto de um homem do interior.

Se meus olhos enxergam para além de uma dimensão física, é por que não tenho mais a sensibilidade de antes.

Minha Saquarema de outrora, não está mais no coração de um homem que se acostuma com a vida corrida.

O banhar dos mares e o por do sol esplendido, agora vivi numa repleta separação entre privilegiados e os que privilegia.

A dor e a solidão, fazem parte de um cenário, vivo e atrofiador dos sonhos dos mais humildes dos interioranos.

Há quem diga que esse novo universo é bom, pois traz novas perspectivas de vida.

Mas há quem exclama, que através desse, perde-se muito dos sonhos que no passado era mais real que a própria realidade.

Hoje, preso num mundo de total inércia, pedi-se que o amanhã seja menos pior que o hoje.

Ontem pedia-se que o hoje fosse menos pior que o até então ontem.

O amanhã será uma incógnita que só será resolvida depois do meia noite de hoje.

Os ventos que me trazem para uma vida corrida, são os mesmos que me levavam para um mundo calmo.

Mas minha vida calma de outrora, não é a mesma que a aceleração dos absurdos que vejo hoje.

Faço parte desse cenário de ventos fortes e marés fracas, que me leva lentamente para uma solidão profunda dos mais rasos dos mares.

As espécies que admiramos são as que mais mata no presente momento. O homem é o medo de qualquer animal irracional, que raciocina mais que qualquer homem racional .

Mas que pena que percebo hoje que esse mundo não é de fantasia, e que minha Saquarema de outrora já não é mais vista de uma maneira romântica.

Apesar de achá-la a mais bela de todos os por do sol.